domingo, 10 de julho de 2011

FILME: UMA MULHER SOB INFLUÊNCIA (1974)


Não é a toa que Uma Mulher sob Influencia, está entre os filmes mais relevantes da história do cinema e entre os melhores filmes dirigidos por John Cassavetes, e uma atuação magistral de Gena Rowlands, no papel de Mabel, uma mulher que vemos desde o início ter algum tipo de distúrbio psicológico, talvez uma forte depressão, ou até mesmo bipolaridade, mas a medida que o filme avança, percebemos que todo ambiente familiar de Mabel apresenta problemas estruturais sérios, a começar pelo marido, Nick, que quer a todo custo que tudo saia de acordo com que ele deseja, nem que isso custe a felicidade da esposa e dos filhos.
Logo vemos que os outros ao redor de Mabel são tão loucos ou até mais loucos do que ela porque a sociedades "justifica" seus comportamentos.
Na verdade com o tempo, vemos que a Mabel, perturbada psicologicamente e geradora de problemas, passa a ser a vítima de toda a agressividade ao seu redor, nela se concentra toda forma de carinho e ingenuidade principalmente com os filhos e as crianças da vizinhança.
A sinopse é que Nick e Mabel formam uma típica família da classe média baixa americana, com três filhos para cuidar e toda divisão do trabalho da casa é bem definido. Nick trabalha e Mabel fica em casa cuidando da casa e dos filhos.
Em um certo momento Mabel começa a apresentar sintomas de descontrole emocional e depresão, levando a ser até motivo de piada entre os amigos de trabalho de Nick, dizendo que a esposa dele não passa de uma biruta.
Aos poucos Nick se vê pressionado pelos amigos e pela mãe, uma completa histérica, a internar Mabel em um hospital psiquiátrico.
Querendo manter a imagem de esteio da família, Nick decide internar Mabel e a cuidar dos filhos, o que mostra não ter nenhum tipo de aptidão quando embriaga os filhos com cerveja para conseguir que durmam.
De forma simples e brilhante, Cassavetes mostra uma família totalmente desestruturada psicologicamente, e mostrando como essa tentativa de seguir padrões para parecer normal pode ser uma força perturbadora, e a cena final foi a mais significativa, depois de mostrar toda a realidade daquela família, no final mostra o casal, depois de inúmeras crises e cenas de violência física e psicológica, fechando as cortinas da casa, como se quisessem depois de toda a análise feita pelos espectadores, pedissem um pouco de privacidade para voltarem ao seu próprio mundo, sem nos livrar por completo de toda aquela angústia presenciada em seus 155 minutos de projeção.

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