Roma desenvolvia uma concepção de império formado de vários povos. Não discriminava o vencido e ainda lhe conferia o direito à cidadania romana, em troca do pagamento de impostos. Aliás, uma prática muito comum na época.
A Pedagogia em Roma está voltada para questões práticas. Surgiu por volta do século I a.C com Cícero (106 – 43 a.C.)que valorizou a fundamentação filosófica do discurso, sendo um dos mais importantes representantes da Humanitas[1]depois com Sêneca (4 a.C. – 65 d.C.) que via na filosofia um modelo de orientação para o bem estar. E com Quintiliano (35 d.C – 95) professor de retórica, e influente pedagogo.
Cícero compreendia que a educação integral do orador requeria cultura geral, formação jurídica, aprendizado e argumentação filosófica, bem como o desenvolvimento de habilidades literárias e teatrais, igualmente importantes para o exercício da persuasão. Cícero foi um dos principais modelos dos pedagogos renascentistas.
Para Sêneca, os princípios pedagógicos romanos iniciaram a partir da compreensão da educação como preparação para o homem no ideal estóico, portanto, o domínio dos apetites pessoais. Enfatizando a formação moral e minimizando a importância à retórica. Preservando a individualidade através da psicologia.
Já Quintiliano preferiu os aspectos técnicos da educação, sobretudo da formação do orador. Valorizando também a psicologia, como instrumento para conhecer a individualidade do aluno. Ele não pretendeu limitar-se a discussões teóricas, mas procurou fazer observações técnicas às indicações práticas.
Como método pedagógico sugeriu o ensino simultâneo da leitura e da escrita, criticando as formas vigentes, por dificultar a aprendizagem. Recomendando alternar trabalho e recreação para que a atividade escolar fosse menos árdua e mais proveitosa. Quintiliano considerava importante que a criança aprendesse em grupo, porque isso favoreceria a competição entre elas, de natureza altamente saudável e estimulante. Como a prática dos exercícios físicos, realizada sem exageros.
Incentivou o uso da clareza, da correção, da elegância e dos clássicos como Homero e Virgílio no estudo de gramática, reconhecendo os aspectos estéticos, espirituais e éticos.
Sendo assim, podemos concluir sem dúvidas, que Cícero, Sêneca e o pedagogo Quintiliano personalizaram a pedagogia romana de sua época, e este legado pode ser facilmente reconhecido em nossos dias.
[1] Significa uma cultura universalizada, equivalente à Paidéia, distingue-se dela por se tratar de uma cultura predominantemente humanística e, sobretudo cosmopolita e universal, buscando aquilo que caracteriza o homem, em todos os tempos e lugares. Concepção que não se restringe ao ideal de homem sábio, mas se estende à formação do homem virtuoso, como ser moral, político e literário.
Referências Bibliográficas:
ARANHA, Maria Lúcia. História da Educação. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Moderna, 1996.
CÍCERO. Dos Deveres. São Paulo: Martin Claret, 2001.
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