Quem tiver a oportunidade de assistir Incêndios, assista, uma verdadeira obra prima cinematográfica do diretor canadense Denis Villeneuve e que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 2011 e realmente não entendi porque não ganhou..tenho que ver esse dinamarquês "Num Mundo Melhor", porque para levar o Oscar deve ter sido algo fora de série. Incêndios apesar do nome não tem nada a ver com o acidente em si e sim pela vida incendiária da personagem principal do filme Nawal Marwan.
O filme para quem aguenta temas densos cheio de dramaticidade, mas nenhum momento é um filme apelativo para as emoções do espectador.
Baseado na peça homônima de Wajdi Mouawad conta a história de dois irmãos gêmeos, Jeanne (Mélissa Désourmeaux-Poulin) e Simon Marwan (Maxim Gaudette) que recebem duas tarefas com a abertura do testamento da mãe: descobrir o paradeiro do pai (que ambos não conheciam) e do irmão (que eles nem sabiam que existia). Enquanto Simon fica no Canadá, Jeanne vai para o Oriente Médio (não é mencionado o país onde as ações ocorrem, mas tudo indica que seja o Líbano), para resgatar as "origens" de sua falecida mãe.
O diretor Villeneuve então cria vários capítulos separadamente, um mostrando a trajetória da mãe e outro o da filha percorrendo esses caminhos muito tempo depois.
A personagem principal é Nawal Marwan (interpretada estupendamente pela atriz belga Lubna Azabal), de família cristã, que nos anos 60/70 conheceu, se apaixonou e engravidou de um muçulmano refugiado. Por esse motivo os familiares de Nawal matam seu amante e tentam matá-la por desonrar o nome da família, mas na última hora Nawal é salva pela avó, ela tem um filho que é entregue para adoção.
Paralelamente, Jeanne sua filha vai em direção ao sul do que em tese seria o Líbano, e conhecendo a realidade que a sua mãe jamais havia tocado quando estava viva. Após participar do movimento estudantil, Nawal torna-se engajada politicamente e é incumbida de assassinar o líder radical cristão. É levada para a prisão onde passa 15 anos, onde é constantemente estuprada.
Para aliviar a sua dor Nawal canta, daí ela passou a ser conhecida na prisão como "A Mulher Que Canta". No final o clima detetivesco promovido pelo filme chega no ápice, assim como o drama que, repito, apenas as tragédias gregas seriam capazes de explicar. É uma experiência e tanto esse filme. As guerras tribais no Oriente médio representam o inferno que persiste infelizmente nos dias de hoje.
Muito interessante por retratar o conflito no Oriente Médio e como esses conflitos interferem nos destinos das pessoas.
Maravilhoso, merecia um destaque tão grande quanto O Discurso do Rei e Cisne Negro.
Elenco
Lubna Azabal (Nawal Marwan)
Mélissa Désormeaux-Poulin (Jeanne Marwan)
Maxim Gaudette (Simon Marwan)
Rémy Girard (Jean Lebel)
Abdelghafour Elaaziz (Abou Tarek)
Allen Altman (Notary Maddad)
Mohamed Majd (Chamseddine)
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